14 novembro 2010
Terra de Gigantes
Estamos em Padre Burgos, nossa última parada antes de voltarmos a Cebu e iniciarmos nosso longo caminho de volta pra casa. Padre Burgos fica no extremo sul da Leyte, banhado pelas águas do estreito de Surigao, que separa essa ilha da remota e "perigosa" Mindanao, terra de terroristas islâmicos que de vez em quando sequestram alguns turistas desavisados que passam por lá. Felizmente, não é o nosso caso :) . O fato é que existem outros habitantes desse estreito que motivaram nossa vinda até aqui. Estes ilustres habitantes são os Tubarões-Baleia de Burgos, os maiores peixes do mundo, podemdo chegar a 25 metros de comprimento. Chamados pelos locais de Tiki-Tiki, eles aparecem no estreito, um ano em maior quantidade outro em menor, a partir do meio de novembro. Coincidência com a nossa vinda ? Negativo! Embora nossa visita nas Filipinas não estivesse certa, desde o início sabíamos que, se fosse possível, seria o último país a conhecer, pra justamente pegarmos o início da temporada dos gigantes. E dito e feito! Embora tivéssemos sido avisados na chegada que os Tiki-Tiki não haviam dado o ar da graça ainda neste ano, no segundo dia de estada em Burgos, nossos amigos apareceram para um grupo de mergulhadores da Singapura. Acho que foram avisados que estaríamos por la ;) No outro dia às 6 horas da manhã, já estávamos todos a bordo para o que seria uma das aventuras mais sensacionais desta viagem. Após 1 hora de viagem pelo estreito, chegamos a um pequeno vilarejo de pescadores para buscar o "spotter", o nativo muito gente fina que vai numa canoinha a remo, botando a cabeça embaixo da água até achar os bixos. Quando ele aponta o local onde o bicho está, todo mundo cai na água de snorkel e pé de pato atrás dele. E lá estava, o maior animal que já vi embaixo d'água se movendo lenta e calmamente como é esperado que um gigante se movimente. Se não fosse avisado que existem leis que protegem estes animais e que não é permitido tocá-los, mergulhando até o nível onde eles nadam, ficava tão perto que poderia agarrar neles e seguir de carona. Não tenho como descrever a sensação de ver e estar tão perto de uma criatura dessas, mas no barco, já no caminho de volta, senti uma sensação de alegria e melancolia ao mesmo tempo, quando me dei conta que a viagem agora estava completa e que, simbolicamente, terminava ali.
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