Tem lugares que a gente acha que só existem nos filmes da TV ou nas telas do cinema. Halong Bay é um desses. E embora tenhamos visto com nossos próprios olhos, ainda assim a lembrança e as imagens deste lugar nos parecem irreais. Flutuando na costa norte do Vietnã, no mar do sul da China, lá estão centenas de pedaços de rocha, pequeníssimas ilhas espalhadas umas próximas as outras cobertas por uma vegetação rasteira, fazendo com que pareçam estar cobertos de limo. Parece existir uma névoa constante no lugar, de forma que no início vemos estas ilhas como o vulto de uma imensa barreira que se estende por toda a costa. Mas a medida que o barco vai se aproximando, estes imensos pedaços de pedra parecem começar a se mexer, como que lentamente se afastando um do outro criando uma passagem por entre eles. Quando nos damos conta, da mesma forma que o caminho vai se abrindo diante de nós, ele também vai se fechando por trás, como se fossemos sendo engolidos para o seu interior. Olhando a frente, enquanto elas se movimentam num lento ballet, a diferença de distância entre elas e o esfumaceado da névoa vai criando uma imagem em vários tons de cinza. E sempre em movimento, nunca a mesma paisagem. E o silêncio. Sem dúvida, o único som digno daquela paisagem. Pra quem estava já se acostumando à confusão e ao barulho das cidades deste país, navegar por Halong Bay foi como puxar o fio da tomada e ver tudo parando em câmera lenta.
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