Quando a Europa dava seus primeiros passos em direção a navegação dos oceanos por volta de 1400 DC, os navegadores chineses, árabes, indianos e de toda a Ásia já aportavam em Malaka para negociar especiarias trazidas das ilhas Molukas por porcelanas, seda, tecidos, metais e pedras preciosas, jarros, óleos, etc. De forma que no seu auge, quando os portugueses chegaram 100 anos mais tarde em 1511, eram faladas 84 linguas diferentes nas ruas de Malaka. E depois ainda vieram os Holandeses em 1641 e os ingleses em 1700 e alguma coisa.
Da época da dominação portuguesa só restaram um portal do forte, Portão de Santiago, e as as ruínas da igreja de São Paulo. Mas os prédios pintados em cor vermelha contruídos pelos Holandeses em 1641 ainda estão lá.
Melaka é a tipica cidade que se planeja para um dia e se acaba ficando cinco. Foi o que aconteceu conosco. Ela tem um clima aconchegante, com ruas estreitas, um rio que divide a cidade, vários museus e inúmeros retaurantes.
A comida por si só é uma atração. Com a variedade de culturas foi se formando um tipo de culinária próprio, chamado Culinária Nyonia, misturando temperos e receitas de todos os povos que aqui se estabeleceram. Sem dúvida um dos melhores lugares pra se comer do sudeste asiático. Além de ser muito barato. Comemos um fabuloso Baba Laksa num restaurante de descendentes chineses por R$ 2,50 pra cada.
Outra fator que contribuiu muito foi termos ficado na guest house Ringo's Foyer. O Howard, o dono da guest house, é o típico cara muito gente boa. Todo dia ele leva o pessoal alojado lá pra comer em um lugar diferente da cidade. Só que vai todo mundo de bicicleta. Então é uma tripa de gringos rodando pela cidade de noite. Dá pra se dizer que é um Tour Gastronômico.
Outro highlight da nossa estada em Malaka foi a visita que fizemos à colônia portuguesa. É uma piração. São ~2000 descendentes diretos dos portugueses que se estabeleceram lá após a conquista da cidade 1521. Falam um português antigo, congelado no tempo. Um retrato do que era falado em Portugal na época. Muita gente vem pra cá estudar o português deles. É como se fosse um fóssil vivo.
Bom, pelo tamanho do post deu pra ver que Malaka foi especial. Também, um lugar que junta história, cultura, culinária e pessoas só pode dar nisso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário